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Recentemente o Brasil alcançou a marca de 300.000 pessoas vivendo em situação de rua. A ausência de moradia leva, também, à escassez de um dos itens mais elementares à saúde e à dignidade: a água.

Em 2023 iniciei o projeto Olho d'água, uma série de retratos em uma lavanderia na região central de São Paulo, destinada à oferta de lavagens de roupas e de banhos a essa população vulnerável.  As fotos são tomadas sempre após o banho,  numa tentativa de revelar algo que foi perdido: o ponto em que desaguamos entre mundos cuja distância escorre pelo canto do olho.

Em tempos distópicos em um país em que os acontecimentos político-sociais, cada vez mais, se aproximam de uma recusa à civilização, o universo onírico emerge como uma aposta para construir um retrato do Brasil contemporâneo em descompasso com aquilo que, num passado recente, compreendíamos como realidade.

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